Produtividade: A chave para reduzir a pobreza
Existe uma grande controvérsia no senso comum em relação ao impacto do aumento da produtividade na qualidade de vida das pessoas. Basicamente, existem dois grupos com crenças divergentes:
- O primeiro grupo acredita que o aumento da produtividade leva ao desemprego, pobreza e desigualdade.
- O segundo grupo enxerga a melhoria da eficiência como uma grande criadora de riqueza e bem-estar.
Pequeno histórico desses dois grupos
Durante o início da Revolução Industrial na Inglaterra, surgiu um movimento contrário à adoção de máquinas mais produtivas. Esse movimento, conhecido como Ludismo, deu origem aos primeiros sindicatos (“trade unions”). Sem considerar as outras consequências da adoção de novos equipamentos, eles pareciam ter razão. De fato, olhando para uma fábrica específica, seria necessário menos pessoal para gerar a mesma quantidade de produtos. A simplicidade desse raciocínio e a visão de curto prazo, que realmente resultava em uma redução de postos de trabalho, aliadas ao rápido movimento dos industriais na adoção de novas tecnologias, fizeram com que essa ideia fosse amplamente aceita na época.
Por outro lado, estudiosos tinham uma visão mais abrangente. Olhando com uma perspectiva histórica mais ampla, era possível comparar a pobreza generalizada da Idade Média com o surgimento de novos ricos no início da fase industrial do capitalismo inglês. A riqueza, embora concentrada em um grupo seleto, era um fenômeno relativamente novo e que precisava ser melhor compreendido.
Analisando o problema com uma perspectiva histórica mais ampla
Atualmente, com a capacidade de observar a partir de uma perspectiva histórica ainda maior, podemos notar que o grupo de pessoas que, inicialmente, era restrito a um pequeno número de industriais ingleses do setor têxtil no início da Revolução Industrial, tornou-se um fenômeno global, envolvendo pessoas de diversos setores econômicos ao redor do mundo. O fato é que a pobreza global, em termos percentuais, está diminuindo cada vez mais, de acordo com dados levantados pelo Banco Mundial.
Pobreza não é desigualdade. Desigualdade não gera pobreza.
Outro ponto de confusão dos ludistas e seus seguidores históricos está na dificuldade de entender os termos “pobreza” e “desigualdade”, que frequentemente são utilizados como sinônimos. Para provar uma relação de causalidade como essa, ou seja, que a desigualdade gera pobreza, é necessário demonstrar, em primeiro lugar, que existe uma correlação entre as variáveis de pobreza e desigualdade para TODOS os países e, em seguida, apresentar uma argumentação lógica que sustente essa relação.
Portanto, vamos ao primeiro passo. Tomando como referência um país como a Indonésia, já que os dados do índice Gini (indicador que mede a desigualdade) não estão disponíveis mundialmente, podemos observar que o aumento da desigualdade foi acompanhado por uma redução da pobreza. Assim, como não há correlação, não é necessário avaliar a causalidade. No entanto, é importante ressaltar que, embora o gráfico sugira o contrário, a desigualdade não necessariamente gera riqueza, uma vez que os gráficos de pobreza e desigualdade não apresentam o mesmo padrão em TODOS os países.
Gerar riqueza através do aumento da produtividade
Agora que refutamos a ideia de que pobreza e desigualdade são a mesma coisa, e que uma não gera a outra, como se pensava até o século passado, precisamos entender o que realmente gera riqueza. Do ponto de vista da Engenharia de Produção, que se dedica ao projeto e melhoria de sistemas sócio-técnicos, incluindo sistemas produtivos industriais, a riqueza é gerada por meio do aumento da produtividade.
A essência dessa engenharia é eliminar o desperdício de recursos técnicos, humanos e financeiros por meio do projeto e da melhoria dos sistemas produtivos. Quando falamos de aumento da produtividade, é importante destacar que não se trata de trabalhar mais horas, uma vez que o mesmo número de horas de trabalho é utilizado. A riqueza advém de outro lugar. Ela vem da eliminação do desperdício. Na Engenharia de Produção, os sistemas produtivos são projetados e aprimorados para reduzir ou eliminar atividades que não geram riqueza, como movimentações desnecessárias, ou reduzir a quantidade de itens defeituosos produzidos.
Nós, da Solverus, acreditamos que o aumento da produtividade melhora a vida das pessoas. Somos uma consultoria industrial que atua no escopo da engenharia de produção para aumentar a produtividade dos sistemas produtivos de nossos clientes. Temos duas principais linhas de atuação: engenharia de qualidade e engenharia de operações e logística.
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